sexta-feira, 24 de abril de 2020

Comunidades pesqueiras do Sertão estão em situação de vulnerabilidade


"As águas de março, que fizeram o sertão florescer no final de março, e a pandemia do Covid19 e seus impactos sobre a pesca artesanal no interior de Pernambuco".

Depois de serem castigadas pelas fortes chuvas, no final de março, as comunidades pesqueiras artesanais do Sertão enfrentam grandes dificuldades. Fora os estragos provocados pelas enchentes, que deixaram dezenas de famílias desabrigadas, os prejuízos ao comércio local, pelo Covid-19 e isolamento social, estão colocando os pescadores da região numa situação de vulnerabilidade. “Além de não estarem vendendo o que produzem, eles estão sem conseguir fazer o cadastro do auxílio emergencial”, relata o educador social do Conselho Pastoral dos Pescadores – Regional Nordeste, Severino Santos.
Apesar da produção ter melhorado, devido ao aumento do volume de água nas duas barragens da Bacia do Rio Pajeú e na Bacia do Rio Brigada, os pescadores não estão conseguindo vender o pescado. “Os caminhões dos comerciantes de outros municípios e estados, não estão conseguindo chegar até as comunidades. Além disso, há restrições impostas ao comércio e às feiras livres”, comenta o educador social do CPP-NE, Pedro João. Segundo os agentes pastorais, as comunidades pesqueiras mais vulneráveis, no momento, são Xiquexique, em Serra Talhada; Barragem do Juá, em Floresta, além do Sítio do Pavão, em Serrita.
Produção de Pescado da Pesca Artesanal - Petrolândia/PE - Sertão de Itaparica.

REIVINDICAÇÕES – Dentre as medidas emergenciais reivindicadas pelo Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP) estão o desenvolvimento de infraestrutura de apoio para o armazenamento, transporte e comercialização da produção pesqueira do interior. Também é urgente a assistência às famílias de pescadores com cestas básicas.
Para aproveitar as barragens cheias, é indispensável implementar um programa de peixamento de açudes e barragens, com espécies nativas, em diálogo com as comunidades pesqueiras de Pernambuco e os órgãos responsáveis, além da implantação de uma política de assistência técnica para o setor pesqueiro artesanal do Sertão e outras regiões do interior de Pernambuco.

 Texto: Verônica Fox e Severino Santos
Fotografia: Pedro João

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