segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Conselho Pastoral dos Pescadores comemora 50 anos de fundação



Aniversário da entidade celebra a resistência e profetiza a esperança nesta quarta (12)

Nesta quarta-feira (12), o Conselho Pastoral dos Pescadores no Nordeste (CPP-NE) comemora 50 anos de fundação, atuando como principal entidade a trabalhar junto aos pescadores e pescadoras artesanais, em toda a Região. A data é comemorada com um encontro no Convento de São Francisco, em Olinda, a partir das 9h, que reúne representantes do CPP e de outras pastorais, religiosos, professores e pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Rural Federal de Pernambuco, Fundaj, Universidade Federal de Alagoas, representantes de ONGs ligadas ao setor pesqueiro e, principalmente, lideranças de pescadores artesanais de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. 

A comemoração tem início com um café da manhã,  seguido de uma roda de conversas e palestras sobre o cinquentenário do CPP-NE, além de uma celebração eucarística precedida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antônio da Silva. O evento continua à tarde e, após o almoço, com frutos da pesca artesanal, haverá um momento cultural, ao som do coco de roda e ciranda, manifestações artísticas ligadas ao mundo da pesca artesanal. “O encontro é uma preparação para o Congresso Nacional das Pastorais da Pesca, que está marcado para maio de 2019”, comenta o agente pastoral, Severino Santos.

Para a agente pastoral, Laurineide Santana, o berço que embalou o CPP,  nas sua origens, e lhe imprimiu seu caráter identitário e missionário, foram os “ventos” do Espírito da Igreja do Concílio Vaticano II. “Eis a razão de hoje podermos dizer, com o Papa Francisco, que servimos a uma igreja em uma perspectiva libertadora, nas pegadas do Cristo, anunciada no Evangelho”, comenta.

O Conselho Pastoral dos Pescadores iniciou sua missão em 1968, em Olinda-PE, com o nome de Comissão Pastoral dos Pescadores. Fundada por Frei Alfredo Schnuettgen e pela irmã Nilza Montenegro, a entidade tinha o propósito de contribuir para construção do reino de Deus através da transformação e melhoria de vida de homens e mulheres da pesca artesanal e de suas comunidades, que até então tinham  sido excluídos de políticas sociais específicas para a atividade.

Ao se aproximar dos pescadores, a comissão identificou graves problemas ligados à falta de autonomia do grupo social. Suas organizações estavam completamente atreladas ao Estado, havia exploração da produção, através dos atravessadores; negação de direitos sociais, ameaça aos territórios pesqueiros pela expansão industrial e especulação imobiliária; agressão ao meio ambiente devido ao desmatamento dos manguezais e poluição dos rios, além de falta de políticas públicas para  fomentar a pesca artesanal. “Esse acompanhamento ao pescador e à pescadora logo se expandiu para o Norte e Sul do país, passando em 1998 a se denominar Conselho Pastoral dos Pescadores”, recorda Laurineide.

Dentre as conquistas alcançadas pelo CPP, na caminhada de meio século junto aos pescadores, está a Constituinte da Pesca e os avanços que se seguiram, dentre eles a inclusão de direitos previdenciários e trabalhistas dos pescadores na Constituição Brasileira de 1988; o direito das pescadoras de se filiar as Colônias de Pesca; o reconhecimento das Colônias como órgãos de classe e sua autonomia frente às Federações e Confederações de Pesca.

Na certeza da importância do serviço pastoral, o CPP-NE se proponhe a continuar a missão  junto aos homens e mulheres das águas. “Continuamos sendo desafiados pelo evangelho na perspectiva de avançar para as águas mais produndas e lançar as redes para a pesca, conforme Lucas, capítulo 5, versículo 4”, diz Laurineide.

PESCADOR(A) ARTESANAL – Integrantes de uma cultura tradicional, os pescadores praticam a pesca artesanal ou de pequena escala, sendo importantes agentes na gestão sustentável dos recursos pesqueiros, garantindo a sustentabilidade ambiental e econômica das comunidades. Ameaçados constantemente pela privatização das terras e águas públicas, bem como  pela expansão de grandes projetos industriais, portuários e turísticos, além da especulação de terras, os pescadores lutam pelo reconhecimento e conquista dos seus territórios tradicionais pesqueiros.

Lançada, em 2012, pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), a Campanha pelo Território Pesqueiro é, hoje, uma das principais bandeiras de luta do movimento, que busca a assinatura de 1% do eleitorado brasileiro (equivalentes a 1.406.466 assinaturas), para uma lei de iniciativa popular que propõe a regularização do território das comunidades tradicionais pesqueiras. Outra importante frente de atuação é a garantia dos direitos da categoria, que há anos enfrenta dificuldades no recebimento do seguro-defeso e sofre com a falta de emissão e renovação das carteiras de pescador. 

Serviço:
Aniversário 50 anos do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP-NE)
Quando: Quarta-feira, 12 de dezembro
Local: Convento de São Francisco, Olinda (PE)
Horario: 9h

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

De Frente pra Costa - 50 anos da Pastoral dos Pescadores


Carta do Seminário Nacional do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social.

TEMPO DE INCERTEZAS E ESPERANÇA 

CARTA DO SEMINÁRIO NACIONAL


Reunidos em Brasília entre 27 e 30 de novembro de 2018, nós participantes do FÓRUM MUDANÇAS CLIMÁTICAS E JUSTIÇA SOCIAL tornamos pública esta Carta em momento histórico de incerteza e insegurança. Tempo que nos convoca à esperança.

Na contramão da História recente, o governo eleito em outubro deste ano anuncia políticas que aprofundarão o abismo das desigualdades de renda, riqueza, liberdade e condições de vida em todo o Brasil. A cultura do pensamento único buscará substituir o diálogo e a liberdade de opinião e de expressão. Que efeitos terão o desmonte do poder regulador do Estado, a privatização de propriedades públicas estratégicas e a entrega das nossas empresas e bens naturais, protegidos pela Constituição, a corporações transnacionais? Aqueles que deverão governar o Brasil até 2022 trazem a desproteção social e ambiental através de contrarreformas da previdência e trabalhista e da mercantilização da Natureza. As perseguições aos que lutam por seus direitos, em particular os movimentos de mulheres, as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, também fazem parte deste contexto. A população brasileira sofrerá mais com o aumento da exploração e da opressão. A Nação empobrecerá com a perda da soberania sobre seu território e suas riquezas. 

A desistência do Brasil em sediar a COP25 - a Conferência do Clima de 2019 - teria o intuito de encobrir a política anunciada de intensificação da entrega da Amazônia, das águas - inclusive as subterrâneas - e das riquezas vegetais e minerais à ganância do capital transnacional, consolidando a renúncia à soberania nacional com a cumplicidade do Exército brasileiro? Isto ameaça a subsistência de todas as formas de vida, inclusive dos povos das águas, da floresta e dos campos, e altera radicalmente o equilíbrio climático de todo o planeta. Estas imposições do modelo de desenvolvimento econômico predatório beneficiam o grande capital transnacional e comprometem também a vida em todos os biomas. 

Por outro lado, as ações de resistência com base no anseio pelo Bem Viver e pelas relações solidárias entre as pessoas e com os ecossistemas têm se fortalecido através do engajamento de entidades e comunidades em redes de atuação organizadas pela defesa dos bens comuns como patrimônio da Terra e dos seus povos, portanto, não privatizáveis. Estamos construindo um modo de vida que parte dos territórios geridos pelas comunidades locais e pelos seus habitantes, que são os primeiros interessados num ambiente acolhedor e protegido. A autogestão desses territórios é o caminho para a soberania alimentar e nutricional com base agroecológica. Como guardiãs da integridade dos ecossistemas, estas comunidades são sujeitos ativos no planejamento e implementação do desenvolvimento socioeconômico e técnico baseado nas suas próprias demandas. Isto implica o resgate do papel do Estado como indutor do empoderamento democrático da população. 

Diversas iniciativas demonstram que estas ações de resistência e inovação já estão em marcha, tais como a campanha Água Nossa de Cada Dia, o Tribunal dos Povos do Cerrado 2019, o Pantanal Sem Limites, a Campanha da Fraternidade sobre políticas públicas, a Campanha das Cisternas no Semi-Árido, a campanha Territórios Pesqueiros, a Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, o Fórum Social Panamazônico e a rede nacional de cooperativas Concrab do MST, que fecha cada ano com uma Feira Nacional da Reforma Agrária. 

Defendemos uma visão multilateral da Governança Global, onde a hierarquia cede lugar à Democracia e a Cidadania Planetária une os povos, irmanados na nossa Casa Comum. 

Defendemos o esforço intensivo para inverter até 2020 a tendência de aumento das emissões de gases de efeito estufa e estancar urgentemente o desastroso aquecimento global. 

Defendemos a superação da Soberania solitária dos nacionalismos fascistas pela Soberania Solidária, que acolhe com respeito mútuo a diversidade dos povos e das suas culturas.

Frente ao comprometimento das entidades do Fórum em investirem na formação para a comunicação e a educação populares, vislumbramos diversas possibilidades para o fortalecimento de práticas transformadoras e para a formação de sujeitos críticos e cientes da força multiplicadora dos ideais de paz e justiça. O objetivo é ir além da resistência, que por vezes é reativa e limitada à pauta determinada pelos detentores do poder político e econômico. Mais do que isto, é importante resgatar o potencial revolucionário da unidade que pode nascer somente da diversidade trazida por cada ser e por cada realidade. 

Unimo-nos às redes de cidadãs e cidadãos planetários para lançarmos juntos o Apelo às Consciências e a Ágora dos Habitantes da Terra, celebrando os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10.12.18, em defesa da Vida do planeta e do Bem Viver como ideal unificador de todos os povos em igual dignidade, liberdade e irmandade.

 “A Terra espera ardentemente Práticas Humanas para Libertar-se” 

Novembro de 2018.





sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Nota-manifesto do CPP sobre as eleições: ESCOLHEMOS A DEMOCRACIA E AMOR!


“O Amor não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor... 
não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade” 
 I Cor 13, 5-6
O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) vem a público manifestar sua preocupação e denúncia frente ao contexto das eleições presidenciais em curso. 
Repudiamos a onda de ódio, fascismo, racismo e xenofobia propagada pelo candidato militar de extrema direita que, claramente, prega a eliminação dos contrários, o uso da força, da mentira, do ódio e do terror junto a grupos que, historicamente, vivem em situação de insegurança e vulnerabilidade, como é o caso das comunidades tradicionais pesqueiras.
Os pescadores e pescadoras artesanais que tem, em sua maioria, origem negra e indígena, são grupos alvo de ataques da violência propagada por esse candidato. As comunidades pesqueiras com seus territórios ricos em biodiversidade, conservam grandes reservas de minérios, principalmente a água, e por isso são centros de interesses capitalistas que cobiçam essas áreas para implementação de grandes projetos que só visam o lucro de uma minoria, como os projetos de infraestrutura, mineração, agro e hidro negócio, que tem resultado em violência e expulsão de famílias e comunidades inteiras. O avanço destes ataques tem sido repetidamente explicitado na campanha do referido candidato.
Ouvimos com preocupação e indignação a fala do candidato de pôr fim às unidades de conservação já implantadas e inviabilizar a implantação de novas áreas. Tal medida ataca, de forma frontal, o direito de permanência das comunidades tradicionais em seus territórios e a conservação dos recursos naturais. 
É inadmissível a proposta de eliminação dos ministérios e autarquias responsáveis pelas questões ambientais, visando implantar projetos sem responsabilidade com os bens comuns e as comunidades tradicionais.  Do mesmo modo, serão fragilizadas as autarquias responsáveis pela regularização fundiária. Soma-se a isso, defesa da tortura, disseminação das armas de fogo e promessa da volta dos militares e suas atrocidades ao governo. Tudo isso tende a gerar mais pobreza e conflitos no campo, elevando o número de assassinatos que aumenta a cada ano.
Externamos nossa solidariedade a todos e todas as organizações que estão sendo atacadas de forma covarde, especialmente, o CIMI1  e a CNBB2 . A estas organizações, a nossa mais profunda admiração e reconhecimento pelo compromisso profético de anúncio do Evangelho e promoção do diálogo, da justiça e da igualdade, enquanto Igreja comprometida com o Reino de Deus entre nós. 
Em fidelidade à nossa missão evangélica, na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, posicionamo-nos contrários à esta candidatura que fere e ameaça direitos historicamente conquistados, com campanha preconceituosa, que incita maldade e até mesmo o extermínio dos diferentes rostos brasileiros que somos. Repudiamos, veementemente, este modo de fazer campanha política que, ao invés de promover diálogo, acirra a violência, o ódio e viola os direitos humanos. Alertamos e denunciamos o risco que esta campanha impõe à democracia no nosso país. 
Conclamamos a sociedade para que, no 2º turno das eleições, no próximo dia 28 de outubro, sejam observados os princípios do Evangelho de Jesus, que se fundamenta no amor, no respeito às diferenças, no protagonismo das mulheres, na promoção da igualdade e do diálogo, no compromisso incondicional com os mais pobres. Assim, consideramos que o candidato Haddad é a única opção disponível nesse pleito eleitoral, em condições de restabelecer a democracia e instalar um ambiente democrático possível para que possamos seguir nossa luta em favor da justiça social.
Seguimos irmanados, com esperança e confiança de que o AMOR vencerá o ódio e que juntos e juntas vamos celebrar a festa da vida e da democracia.
Brasília, 26 de Outubro de 2018. 
Conselho Pastoral dos Pescadores
www.cppnacional.org.br/publicacao/nota-manifesto-do-cpp-sobre-eleições-escolhemos-democracia-e-o-amor
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  1 Conselho Indigenista Missionário
  2 Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

PESCADORES DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO EM PETROLANDIA CELEBRÃO DIA DO RIO COM HOMENAGEM AO CONSELHO PASTORAL DOS PESCADORES.

A comunidade de tradicional de pescadores e pescadoras artesanais da Paroquia de São Francisco - Petrolândia, Celebrão 15 anos da Pastoral dos Pescadores na Diocese de Floresta/PE.

A Paroquia de São Francisco, no município de Petrolândia realizada todos os anos, as festividade em comemoração ao dia de São Francisco de Assis, patrono do município. A comemoração esse ano teve um sabor a mais, no ultimo sábado de setembro (29), dia dedicado a celebração com os pescadores e pescadoras artesanais, esse  foi dedicado também a celebrar, os 15 anos do trabalho do Conselho Pastoral dos Pescadores na Diocese de Floresta.

A atividade transcorreu durante todo o dia 29. Na parte da manhã, no salão paroquial ocorreu um seminário com aproximadamente 70 participantes, entre pescadores dos municípios de: Jatobá, Petrolândia, Floresta, Serra Talhada, Serrita, Parnamirim e Itacuruba, que são atendidos pela ação do CPP de Floresta, além de pesquisadores da Uast/Ufrpe, Movimento Estadual dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, Setor Social da Diocese de Floresta, onde refletiram sobre a caminhada nesses 15 anos e como continuar na missão pastoral junto as comunidades na região do sertão do São Francisco e Pajeú.

"Esse é um momento de agradecemos a Deus, pelo ano de pescaria, essa celebração também marca o final do período de pescaria e o inicio da piracema. Como São Francisco além de ser nosso patrono também é patrono do meio ambiente, é momento de pedidos a Deus pela interseção de todos os santos, que nosso rio continuei sendo nossa fonte de trabalho e alimentação." Maria da Guia.

Na parte da tarde, foram realizada a Procissão fluvial no lago de Itaparica, finalizando com a Celebração Eucarística, na Orla de Petrolândia, tendo como celebrantes o Pe. Luciano, responsável pelas pastorais sociais da Diocese de Floresta e do Diácono Francisco Adilson da Arquidiocese de Natal.
confira fotos...




































quinta-feira, 27 de setembro de 2018

TAUS É EMITIDO PARA COMUNIDADE PESQUEIRA ARTESANAL no RIO GRANDE DO NORTE

É publicado 1º TAUS para comunidade tradicional de pescadores no estado do Rio Grande do Norte.



Pescadores artesanais da praia de Tabatinga, no município de Nísia Floresta, litoral sul do estado do Rio Grande do Norte, receberam no ultimo dia 14 de setembro, das mãos do superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o primeiro Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) emitido para comunidades tradicionais pesqueira no Estado.

A luta dos pescadores em defesa dos territórios pesqueiros no litoral sul do Rio grande do Norte, tem seu ápice no ano de 2010, com as articulações para a discussão do Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima. Os pescadores da praia de Tabatinga, pressionados pelo avanço das construções de veraneios e do turismo na região. Após articulação com a ong Oceanica que animou o processo de envolvimento dos pescadores dos municípios de Nísia Floresta e Parnamirim nos processos de discussão do Projeto Orla, iniciou uma serie de discussão nas comunidades para garantir a construção dos Ranchos de pesca, na região conhecido como “Ramadas”, espaço para guardar os matérias de pesca e que serve de referência para a comunidade de pescadores locais.

No ano de 2014 com a chegada do CPP Nordeste 02, e do serviço social da Arquidiocese de Natal, foram levantadas outras demandas, entre elas o reconhecimento das áreas de praias ainda ocupadas pelos pescadores e pescadoras tradicionais, como territórios pesqueiros. Com isso os pescadores apresentaram junto à representação Secretaria do Patrimônio da União no RN, o pedido de reconhecimento da área tradicional pesqueira, tendo como base a legal a portaria SPU/MP nº 89/2010, que reconhece o direito das comunidades tradicionais sobre o território em áreas de domínio da união.

Com a emissão do TAUS, o Estado Brasileiro reconhece a ocupação tradicional dos pescadores artesanais na área, o que beneficiara mais de 20 famílias de pescadores e pescadoras artesanais, que utilizam a área de aproximadamente 200m², como área de convivência para o desenvolvimento das atividades produtivas e culturais.

O trabalho e articulação da comunidade pesqueira continuar, com envolvimento dos parceiros que tem acompanhado e contribuído com o processo, os pescadores estão em fase agora de fechamento dos projetos arquitetônico para construção das ramadas, onde poderão deixar seus materiais de pesca com segurança.

Vale salientar que a área continua sendo de domínio público da União, porém, com direito de uso para os pescadores e pescadoras tradicionais artesanais da praia de Tabatinga, sendo responsável legal para gestão do espaço conquistado a Colônia dos Pescadores Z 10 de Pirangi do Sul, que congrega os pescadores do município de Nísia Floresta. Segundo o pescador Erivan da comunidade pesqueira da praia do cotovelo, "a conquista do TAUS pelos pescadores de Tabatinga anima ainda mais a luta dos pescadores das comunidades vizinhas a estarem na luta pela regularização dos territórios tradicionais pesqueiros."

Outas áreas continuam na articulação pela emissão dos TAUS: Praia de Pirangi do Sul, Pirangi do Norte e Cotovelo, nos municípios de Nísia Floresta e Parnamirim respectivamente.





texto e Fotos: CPP Equipe do Rio Grande Norte.

sábado, 28 de julho de 2018

Seminário homenageia CPP pelos 50 anos de fundação




É uma missão necessária e insubstituível. O papel do leigo não é ficar o dia todo na igreja, mas ser fermento nos ambientes em que vive; nesses campos de vida e de atuação, ser “sal da vida e luz do mundo”.

O 23º Seminário Profetas na Base realizado entre os dias 20 e 22 deste mês, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão, em Macau (RN), foi palco de uma homenagem ao Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) pelos seus 50 anos de fundação. Realizado pela Comissão de Justiça e Paz de Macau, pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Macau e pela Rede SAR da Arquidiocese de Natal, o encontro refletiu sobre “O papel do leigo na igreja e na construção da democracia da paz”. O tema faz parte do ano em que a Santa Sé celebra a presença e o papel do leigo na igreja católica para a superação da violência e por uma nova cultura de paz.

Em torno de 250 pessoas participaram do evento que reuniu pescadores artesanais, agricultores familiares, indígenas, professores, pesquisadores, estudantes e integrantes de pastorais sociais: CPP, CPT, PJ, PJR, PJMP, Pastoral da Saúde, Pastoral da Criança, dentre outras. Os participantes eram provenientes dos municípios de Canguaretama, Parnamirim, Nísia Floresta, Natal, Touros, Ceará Mirim, São Gonçalo, Caiçara do Norte, Galinhos, Guamaré, João Câmara, Carnaubais, Pendencia, Macau e outros.

HOMENAGEM – O CPP foi homenageado no evento pela importância da sua atuação, no Rio Grande do Norte, sobretudo na Paróquia de Macau, onde apoia os pescadores artesanais no enfrentamento ao latifúndio e poderio das empresas salineiras da região. “Sua presença e contribuição têm sido de primordial importância para o fortalecimento das lutas locais e o enfrentamento ao agro e hidro negócio na região”, comenta o agente social do CPP-NE, Severino Santos.

Ao longo dos últimos 50 anos de vida do CPP, alguns lutadores do povo tombaram nos confrontos e na resistência. A eles foram rendidas as homenagens: Sebastião Andrade (pescador e agricultor da comunidade do Rosado); Manoel Costa (pescador artesanal de Macau) e Silvio Martins, também conhecido como “Silvio Sardinha” (pescador da RDS Ponta do Tubarão).

DEBATES –As temáticas apresentadas e debatidas em plenárias incluíram o papel do laicato na igreja e na construção da democracia e da paz; a missão do leigo na superação da violência por uma cultura de paz, além das eleições 2018 e a necessidade da retomada do estado democrático de direito no Brasil.

  Também foram realizadas oficinas sobre extermínios das juventudes, violência contra a mulher, nas escolas, contra o planeta, virtual (fakenews), bem como violência contra a democracia e o estado de direito e violência no mundo do trabalho (campo, água e cidade).

por: Verônica Fox e Bill Santos. Fotos: Thiago Silva