Por assessoria de comunicação do CPP,
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Foto: Méle Dornelas
Pescadoras na mariscagem na praia de SUAPE. |
Desde que chegou ao
litoral Sul de Pernambuco, na década de 70, o Complexo Industrial Portuário de
Suape veio progressivamente interferindo na biodiversidade da região e,
consequentemente, nas dinâmicas ambientais de todo estado pernambucano. Não
bastasse, o Porto ataca ainda o modo de vida das populações tradicionais que,
com o apoio de organizações e movimento em defesa da pesca artesanal, passaram
a ser organizar para pressionar o Estado por medias que freiem o avanço dos
impactos do Complexo.
Pescadoras e pescadores
vêm denunciando a redução significativa do pescado, a dificuldade de locomoção
para o trabalho, a poluição nas águas, o desmatamento dos mangues dentre outros
impactos vindos com o crescimento desordenado, especialmente com o estabelecimento
de dragagens para a construção de estaleiros. “Os impactos das dragagens são
eternos porque pra manter a profundidade do canal tem sempre que estar cavando,
e isso interfere na vida dos peixes, é assim que eles estão diminuindo”,
destaca o pescador artesanal, Laílson Evangelista.
Pescadores em atividades dentro no estuário com o estaleiro Atlântico Sul al fundo. |
Já são mais de 10 anos de
descumprimento da aplicação das compensações ambientais impostas pelo
Ministério Público Federal por parte de Suape. Em 2011, os pescadores e as
pescadoras de Cabo de Santo Agostinho e adjacências, junto com parceiros,
conseguiram que o MPF entrasse com uma ação civil pública para resguardar seus
direitos dos impactos vindos com as dragagens do Porto, além de pedir estudos
mais aprofundados sobre o caso.
Desde então já foram
diversas audiências para discutira questão. Em setembro desse ano, o Juiz
federal, que vem acompanhando o caso, deu um prazo para as alegações finais no
processo, ou seja, estipulou que já existem provas suficientes para um parecer,
contrariando as demandas das comunidades pesqueiras e parceiros que
pressionaram por uma nova perícia.
Foi assim que nesse mês de
novembro, o MPF aprovou o pedido de nova perícia para o caso, o que garante uma
reavaliação mais justa dos impactos. “Analisar a ação com mais tempo é
importante, pois dá condições de apurar os verdadeiros impactos. Que seja feita
Justiça junto aos pescadores artesanais!”, se posiciona a agente do Conselho
Pastoral dos Pescadores Nordeste (CPP NE), Laurineide Santana.
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