sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Pescadores e Pescadoras artesanais realizaram na manhã de ontem assembleia para criação da Associação dos Extrativistas da RESEX ACAU GOIANA (Associação Mãe).
Após
15 meses de discussão nas 06 comunidades que compõem o grupo de beneficiários da
Resex Acaú Goiana (Acaú, Caaporã (PB), Baldo do Rio Goiana, Tejucupapo,
Povoação de São Lourenço e Carne de Vaca (PE). No processo de discussão junto
as comunidades foram envolvidos diretamente mas 600 pessoas, entre homens e
mulheres (beneficiários da RESEX).
A
Associação dos Extrativistas da RESEX ACAU GOIANA, tem por objetivo principal, “Defender e Preservar os meios de vida e a
cultura dos pescadores, pescadoras e demais extrativista da Reserva
Extrativista de Acau Goiana, seus ecossistemas e garantir as populações
tradicionais locais e uso auto-sustentável dos recursos naturais renováveis, de
forma a alcançar o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida. Art. 3º do
estatuto social.
Na
assembleia Geral de Fundação, realizada ontem na sede da Colônia dos Pescadores
Z – 14 de Goiana, na Rua Baldo do Rio, reuniram-se aproximadamente 60
pescadores/as beneficiários da RESEX, onde deliberaram pela criação da
organização social, definiram seu objetivos e princípios, aprovaram o estatuto
social e elegeram a Diretoria Colegiada e o Conselho Fiscal.
Tendo a seguinte
composição:
Diretoria
Executiva:
Gilmarcos
Ferreira de Lima, representante da Comunidade do Baldo do Rio, como presidente;
Luci Brasilina Dias, representante da Comunidade de Acau, como vice-presidente;
Zuleide Maria da Silva Guedes (ACAU) como 1ª secretária; Joel Ferreira da
Silva, representante da Comunidade de Carne de Vaca como 1º Tesoureiros;
Conselho
Fiscal:
Dorgival
dos Santos da Silva (Carne de Vaca) como Presidente do Conselho; Lenildo Paulo
Francisco (Povoação de São Lourenço) e João José Ferreira de Souza (Tejucupapo),
eleitos como 1º e 2º conselheiros respectivamente.
O
mandato da diretoria e conselho fiscal tem prazo de 03 anos. A atual diretoria
tem como objetivo principal, junto ao órgão gestor da RESEX ACAU GOIANA,
pleitear o CCDRU, buscar investimentos públicos para melhoria das condições de
trabalho, moradia, saúde e educação dos beneficiários da Resex.
Conselho Pastoral dos Pescadores Regional Nordeste II
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
CARTA ABERTA
Por uma reforma profunda da estrutura executiva de
Estado em defesa da pesca artesanal no Brasil
Mérida (México), 26 de Setembro de 2014
A pesca artesanal no Brasil é
responsável por pelo menos 50% da produção de pescado em todo o território
nacional oriundo das mãos de mais de 1,5 milhão de pescadores e pescadoras de
rios e mares brasileiros. No mundo inteiro, tal importância é ainda maior
culminando na realização do 2º Congresso Mundial de Pesca Artesanal organizado
por um grupo de pesquisadores do projeto internacional Too Big To
Ignore (“Grande demais para se ignorar”: uma parceria global para a
pesquisa sobre pesca de pequena escala). Este evento reuniu cerca de 440
pesquisadoras(es), membros da sociedade civil, e pescadoras(es) artesanais de
40 países, entre 20 e 26 de setembro de 2014, na cidade de Mérida, México. O
evento contou com uma participação ativa de brasileiros que compareceram como
uma das maiores delegações. Além disso, ocorreu um encontro e fórum de
pescadores, onde o Brasil foi representado por 3 lideranças da pesca artesanal
que participaram de trocas de experiências e preocupações.
Os desafios que os pescadores artesanais brasileiros enfrentam atualmente e o
calor das discussões durante o congresso incentivou integrantes da Teia
de Redes de Apoio à Pesca Artesanal no Brasil, pescadores, cientistas
pesqueiros e outros integrantes de organizações da sociedade civil, a um debate
paralelo sobre as causas estruturais dos problemas relacionados às políticas
públicas que vêm ou não sendo aplicadas à pesca artesanal no Brasil, e as suas
potenciais alternativas.
Embora exista consenso sobre a
necessidade de estruturas executivas de Estado para a implementação dos marcos
legais e políticas públicas de
ordenamento e fomento da pesca artesanal, o atual Ministério da Pesca e
Aquicultura (MPA) do Brasil, mesmo após cerca de 10 anos de existência, tem
demonstrado não atender aos anseios mínimos deste setor.
A estrutura do MPA parece estar apropriada por
interesses políticos partidários, descompromissada e insensível às
particularidades socioeconômicas e ecológicas relativas à pesca artesanal no
país. Esta falta de sensibilidade está patente, também, na completa ausência
física desse e dos demais Ministérios do Governo Federal ligados ao setor,
naquele que é considerado o principal fórum internacional do assunto, mesmo
após a busca ativa dos organizadores pelo apoio e participação. Sobretudo,
reiteramos que nesta ocasião, as estratégias de implementação das Diretrizes
para a Pesca de Pequena Escala (recentemente aprovadas no âmbito da
ONU/FAO/COFI) foram debatidas pela comunidade internacional, e seria da maior
importância que as organizações governamentais dos países membros trabalhassem
e se engajassem em prol do cumprimento e implementação dessas diretrizes.
Estas e outras constatações debatidas nesta
conferência demonstram que a atividade pesqueira artesanal não tem sido atendida
em suas reinvindicações, como a consolidação de uma politica territorial, a
abertura de diálogo, e o envolvimento do setor no aprimoramento e implementação
de políticas públicas efetivas em todos os níveis de Estado. O resultado deste
processo é a falta de coordenação, por parte do Estado brasileiro, das
informações e iniciativas geradas sobre e para a pesca artesanal. Reiteramos
que estes alertas vêm sendo apontados por manifestações do setor e academia,
movimentos sociais, e instituições da sociedade civil há muitos anos, sem
quaisquer respostas.
Nós, abaixo assinados, reconhecendo o momento
crítico, bem como a necessidade premente do futuro Governo Brasileiro de buscar
alternativas em consonância, transparência e diálogo com o setor pesqueiro
artesanal do país:
1) Reivindicamos uma profunda reestruturação da
estrutura institucional executiva de Estado ligado à pesca artesanal, que
inclua a composição de quadros técnicos qualificados, eliminando o fisiologismo
político e o loteamento do Estado brasileiro por interesses partidários, além
de uma maior ênfase e atenção à importância que esse setor representa para o
país;
2) Exigimos uma participação efetiva no referido
processo de reestruturação institucional para as políticas direcionadas ao
setor pesqueiro artesanal - inadiáveis para o próximo governo.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Pescadoras artesanais recebem formação sobre saúde da mulher e do trabalhador (a) em curso para agentes multiplicadoras
![]() |
Encontro de Mulheres - Olinda/2014. |
A pescadora Josana Pinto veio da cidade de Óbidos, no Pará, para se
juntar a outras 45 mulheres de comunidades pesqueiras de 12 estados do Brasil
no Encontro da Articulação Nacional de Pescadoras (ANP), que acontece desde
ontem, 09, no Centro de Formação Recanto do Pescador, em Olinda/PE. Com apoio
do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o
momento busca formar agentes multiplicadoras em participação na gestão do SUS e
na saúde do trabalhador e da trabalhadora. “Acredito que todas nós vamos sair
empoderadas para, em nossos estados, contribuir melhor para a saúde das
trabalhadoras da pesca”, comenta Josana, que ficará até o último dia do
Encontro, na sexta-feira, 13.
Lia de A-Ver-o-Mar, pescadora Artesanal |
A formação aborda diversas instâncias sobre o SUS e a saúde ocupacional,
especialmente no que tange as políticas públicas específicas para as mulheres e
para o trabalho das pescadoras e das marisqueiras. Para contribuir com o
processo, a ANP conta com a participação de profissionais da área, como a
assistente social sanitarista e responsável pela política de saúde da população
negra do Recife, Sony Maria. A assistente social vem abordando a questão da
prevenção, atenção e direitos dentro da lógica e dos princípios do SUS,
colocando em evidência, inclusive, as questões do preconceito racial. “As
mulheres negras passam por situações mais dolorosas, o tratamento dado a elas é
bastante precário, e isso vai contra os princípios do SUS, é preciso denunciar
isso”, Sony.
Os próximos dias de formação trarão para os debates e conhecimento a saúde do trabalhador e da trabalhadora dentro do contexto dos povos do campo, das florestas e das águas. O grupo ainda aprofundará a temática no que tange o trabalho da pesca artesanal e da mariscagem,
abordando os riscos para doenças e
acidentes nessas atividades. Relacionado a esse debate, as pescadoras tomarão
conhecimento sobre os direitos previdenciários referentes às doenças de
trabalho e os processos de prevenção, tratamento e reabilitação dessas
enfermidades.
Emponderar as pecadoras nesse processo significa fortalecer a luta por vida digna nas comunidades pesqueiras. As mulheres do encontro poderão levar para suas realidades informações sobre como lidar com as questões de saúde e garantir seus direitos nesse âmbito. Vinda de Salinas da Margarida, na Bahia, a pescadora Elionice Sacramento enxerga o momento com força e otimismo. “Essa formação é muito importante para nós, mulheres pescadoras. Está sendo um momento de trabalho muito rico, produtivo e emocionante”, comenta.
Os próximos dias de formação trarão para os debates e conhecimento a saúde do trabalhador e da trabalhadora dentro do contexto dos povos do campo, das florestas e das águas. O grupo ainda aprofundará a temática no que tange o trabalho da pesca artesanal e da mariscagem,
Ana Angélica - Quilombola de Povoação de San Lourenço |
Emponderar as pecadoras nesse processo significa fortalecer a luta por vida digna nas comunidades pesqueiras. As mulheres do encontro poderão levar para suas realidades informações sobre como lidar com as questões de saúde e garantir seus direitos nesse âmbito. Vinda de Salinas da Margarida, na Bahia, a pescadora Elionice Sacramento enxerga o momento com força e otimismo. “Essa formação é muito importante para nós, mulheres pescadoras. Está sendo um momento de trabalho muito rico, produtivo e emocionante”, comenta.
Articulação Nacional de Pescadoras no Brasil (ANP)
A ANP surgiu em 2006, na demanda que existia das mulheres da pesca artesanal se
afirmarem como agentes protagonistas na busca por seus direitos. A articulação
reúne 12 estados de todo Brasil e tem como principais pautas a saúde da mulher
na atividade pesqueira, o combate à violência de gênero, a defesa do território
pesqueiro e o fortalecimento da identidade das pescadoras artesanais.
--
--
Arméle Dornelas
Assessora de comunicação Conselho Pastoral dos Pescadores - Nacional
www.cppnac.org.br
quarta-feira, 21 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
ENCONTRO DO CPP E DA CPT FLORESTA
“...Na celebração da
vida, com o traça de novos caminhos e na construção de novas frentes em defesa
da vida”....
Mandacaru e Umbuzeiro - Símbolos do Sertão. |
Participaram do
encontro, pescadores artesanais, agricultores familiares das comunidades
atendidas pelo projeto CPP/CPT Floresta, além de representantes do Povo
Indígena Pipipã – da Aldeia Pedra Tinideira (Floresta).
Índios Pipipã - aldeia Pedra Tinideira - Floreta |
Na ocasião refletimos a
conjuntura socioeconômica e ambiental na região, que vem sofrendo com a
escassez das chuvas e o baixo nível dos reservatórios da região, o que tem
dificultado as pescarias e prejudicada consideravelmente a atividade agrícola e
da pequena pecuária da região.
Momento com as Mulheres Pescadoras. |
Acolhemos com atenção e
carinho o clamor, dos povos tradicionais da região: Pescadores, agricultores
familiares, Quilombolas e indígenas, que lutam contra a implantação dos grandes
projetos e a destruição de sua cultura. Que mas uma vez denunciam a falta de
politicas públicas que assegurem a manutenção dos territórios que cada vez, mas
estão ameaças, seja pela implantação de projetos energéticos com a implantação
de novas Barragem/Hidroelétrica, Usina Nuclear, espação dos parques Aquícolas
com o desenvolvimento do tilapicultivo na barragem de Itaparica, e as obras da
Transposição das águas do rio São Francisco e Transnordestina.
Vemos que as forças
vivas nas comunidades continuam na luta com o pode opressor, as técnicas de
convivência com o seminário e forma tradicional do saber fazer e viver, são as
chaves da vida desse povo.
Pescadores/as, Agricultores Presente no encontro. |
A luta pelo território e
a manutenção dos diretos adquiridos foram apresentados como as principais
bandeiras de lutas para o ano de 2014. Nesse sentido o Conselho Pastoral dos
Pescadores e a Comissão Pastoral a Terra da Diocese de Floresta, estão
comprometidas com o acompanhamento e vivencia das lutas das comunidades
tradicionais da região.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Grupo de jornalistas alemães conhece a realidade do Litoral Sul de Pernambuco
Na manhã da última quinta-feira, 10 de abril, jornalistas ligados a Adveniat, organização Católica da Alemanha, conheceram a praia do Paiva e a região de Suape, ambas no Litoral Sul de Pernambuco. A visita foi facilitada por representantes do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e pescadoras/es artesanais das localidades que puderam mostrar de perto os conflitos que as comunidades pesqueiras enfrentam devido ao modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado.
O primeiro destino foi a praia do Paiva, onde, longo na entrada, o grupo deparou-se com a necessidade do pagamento de uma taxa para ingressar no local, privatizado pelo grupo Brennand e pela Odebrecht Realizações Imobiliárias. Enquanto isso, na beira-mar, pescadores aguardavam a equipe para uma entrevista. Depois de esperarem por mais uma autorização para entrarem na praia, os jornalistas enfim encontraram os trabalhadores.
As comunidades pesqueiras, que há mais de 70 anos usam o local para o trabalho, hoje encontram
cada vez mais dificuldades para acessar esse litoral e garantir o sustento de suas famílias. O pescador Raimundo explicou que o grupo Brennand e a Odebrecht só permitem o uso de uma parte específica da praia para a pesca.
A conversa no Paiva, rodeada de um lado por cercas e da outra pelas vistas de uma pequena escultura de Iemanjá, teve que ser rápida, pois logo um funcionário ligado ao grupo Brennand veio intervir e exigir a saída do grupo. Seguiram então para a próxima parada: Suape.
A região vem sendo impactada pelo Complexo Portuário de Suape, polo de indústrias incentivado pelo governo do estado e federal que já trouxe diversos malefícios ao dia a dia de comunidades tradicionais pesqueiras do local. O conglomerado, de forma desordenada e sem respeitar o meio ambiente e os direitos de populações locais, avança na região alterando não só a paisagem, mas o modo de vida e toda a cultura milenar desses grupos. O pescado está diminuindo, 200 hectares de manguezais já foram suprimidos e a projeção é que esses impactos aumentem.
O presidente da Colônia Z 8 do Cabo de Santo Agostinho, Laílson Evangelista, conduziu o grupo em um visita de barco pelo entorno. Aqui, quem vigiava o grupo eram os grandes navios dos Estaleiros, as fumaças vindas dos Hotéis e o pouco que resta dos manguezais.
Para a secretaria executiva do CPP, Maria José Pacheco, a vinda dos jornalistas alemães foi relevante para que os conflitos que envolvem as comunidades tradicionais pesqueiras de Pernambuco sejam conhecidos fora do país. Essa visibilidade denuncia e chama a atenção de outros atores para a causa das comunidades pesqueiras do Brasil.
“A visita foi muito importante, pois significou uma oportunidade de visibilizar as situações de violações dos direitos dos pescadores/as. Foi fundamental conseguir mostrar para fora do país que esta visão de que o Brasil está em pleno desenvolvimento, 6ª economia do mundo, é à custa do sacrifício de comunidades inteiras e do meio ambiente em que vivem, da tentativa do extermínio cultural, da negação e do esforço em invisibiliza-las para, assim, retirar o território tão precioso para a existência destas comunidades. Essas populações são valiosas para a sociedade brasileira e para a humanidade como um todo, pois são responsáveis por manter relações de convivência com os recursos naturais, protegendo um patrimônio ambiental mundial e garantindo a soberania alimentar”, comenta Maria José.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
MINISTÉRIO DA PESCA: DESRESPEITO E PESADELO PARA A PESCA ARTESANAL VIRA MOEDA DE TROCA NAS CAMPANHAS ELEITORAIS
Quiséramos
nós, pescadores e pescadoras artesanais do Brasil, que o ministério da Pesca
fosse uma resposta à uma antiga demanda e desejo de que a pesca tivesse uma
tratamento justo e a atenção devida do Estado Brasileiro, dada a sua importância no país devido ao
grande contingente populacional e a quantidade de águas, seja os 8 milhões e
quinhentos mil quilômetros de costa, seja os 13% das águas doces do mundo,
rodeadas do cuidado de inúmeras comunidades tradicionais pesqueiras, caiçaras,
ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
Durante
o governo da presidenta Dilma, esse é o único ministério que teve, nos quatro
anos de gestão, a troca de cinco ministros, nenhum escolhido a partir dos
critérios de relação com o setor ou conhecimento sobre a pesca, especialmente a
artesanal. Virou moeda de troca eleitoral para atender aos partidos de menor
importância na dança das cadeiras e chantagens da base aliada. Assistimos, por
vezes, a tomada de responsabilidade pelo ministério significar castigo para
quem teve má atuação nas relações institucionais e a saída dele como promoção
política.
O
MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), diferente do desejo dos mais de 1,5
milhões de trabalhadores da pesca artesanal, atividade essa responsável por
gerar trabalho para mais de 3,5 milhões pessoas, segundo dados do próprio
governo, virou um pesadelo na vida dos pescadores e pescadoras, dos cientistas
e entidades envolvidas no setor, isso porque:
-
Não é capaz, sequer, de emitir as carteiras dos pescadores e pescadoras
artesanais, o RGP, documento necessário para desenvolver a atividade e para ter
acesso a políticas sociais. Esse processo piorou bastante em relação à época em
que era assumido pela SUDEPE ou pelo IBAMA. Nos últimos 10 anos, várias vezes
foram suspensas a emissão do primeiro registro trazendo danos aos direitos
fundamentais dos trabalhadores. Foi ignorado a proposta do Movimento para a
regionalização dos escritórios do Ministério da Pesca. Estados como o Pará
possuem apenas um escritório e o acesso a este direito fundamental passa a ser
instrumento de exploração e extorsão dos pescadores e das pescadoras;
-
Mesmo as pescadoras tendo conseguido avançar na garantia do reconhecimento das
várias atividades da cadeia produtiva da pesca, desenvolvidas principalmente
pelas mulheres na lei 11.959 de 2009, fruto de um amplo processo de
mobilização, o ministério até hoje se nega a reconhecer estes direitos
impedindo o acesso destas mulheres ao RGP, o que dificulta o acesso a direitos
trabalhistas e previdenciários. Além do mais, não reconhece a produção das
mulheres nas estatísticas e não tem ações de políticas estruturadas para
contemplar a demandas das pescadoras;
-
Este ministério tem como perspectiva negar a pesca artesanal e para isto não
construiu uma política digna para este setor, apenas fragmentária, distribui
migalhas para algumas áreas com pouco ou nenhum dialogo com as comunidades e
sem garantir as condições de funcionamento e assistência técnica, acaba ficando
sobre os pescadores e pescadoras o peso do fracasso das políticas pouco
dialogadas.
-
Na perspectiva da negação, pararam de realizar a já ruim estatística de pesca
que não contabilizava toda produção da pesca artesanal, mas, ao menos, era uma
referencia mínima para o país, instrumento para a gestão da pesca. Cientistas
se pronunciaram sobre o prejuízo e crime de estarmos por quase 10 anos sem ter
informações sobre o comportamento e mudanças das espécies. É uma
irresponsabilidade política para a produção de conhecimento e o futuro da
biodiversidade do país. Desta forma, a pesca artesanal, que quando tinha
estatística, chegava a quase 70% da produção do pescado, passou, a partir dos
dados projetados, a responder apenas por 45% da produção. O objetivo é forçar
um crescimento artificial da aquicultura empresarial que visa se desenvolver
nas mesmas áreas onde trabalham milhares de comunidades tradicionais, do
Oiapoque ao Chui.
-
A criminalização dos pescadores, colocados como falsos, é a principal bandeira
do ministério, que com sua politicagem tem favorecido o fisiologismo e a
corrupção.
-
O ministério da Pesca tem feito ingerências e usado de publicação de portarias
e instruções normativas para favorecer setores pelegos da categoria, ferindo o
suado e conquistado direito dos trabalhadores à
livre associação e autonomia sindical. Quer forçar os pescadores a se
filiarem a uma única organização e as colônias a forçadamente se submeterem à
confederação nacional dos pescadores que não representa os interesses da
categoria e ainda está disposta a negociar os direitos em troca de dividendos
eleitorais;
-
A falta de implementação da gestão compartilhada dos recursos pesqueiros e a
exclusão da sociedade civil do processo de ordenamento tem gerado graves
prejuízos para a pesca. Publicações de portarias de regulação, inconsistentes,
prejudicam principalmente a pesca artesanal;
-
Assistimos nos últimos anos a morte do Estado laico. O ministério foi
aparelhado pela bancada evangélica e ser de uma igreja passou a ser o critério
para a indicação dos superintendentes nos estados. É comum receber orações e
ter que ouvir discursos religiosos nas audiências.
-
Desde sua criação, primeiro como SEAP, depois MPA, vimos o ministério priorizar
a aquicultura sempre com o interesse voltado para a exportação. Assim, o
ministério pende a balança desde a estrutura, quantidade de funcionários,
investimentos em projetos e pesquisa e carreamento de recursos para a
aquicultura empresarial. Inaugurou a política que está privatizando os corpos
d´aguas públicas, desta forma estão publicando editais públicos de áreas do
mar, dos rios e lagos onde existem comunidades que as usam tradicionalmente. E
todo esse processo é feito sem consulta, consentimento ou qualquer audiência
pública.
Assistimos
o genocídio das comunidades pesqueiras com toda a sorte de grandes projetos de
aquicultura, energéticos, minerários, de turismo e já entendemos que o MPA é o
instrumento que coroa este processo ao não dar resposta, criminalizar e
sucatear os poucos processos que funcionavam e interferir com violência na
livre organização.
REPUDIAMOS
ESTE PROCESSO E EXIGIMOS UM TRATAMENTO DIGNO, UMA POLÍTICA PÚBLICA DE RESPEITO
A ALTURA DA IMPORTÂNCIA CULTURAL, SOCIAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DOS PESCADORES E
PESCADORAS PARA O PAÍS.
1. MPP – MOVIMENTO DOS PESCADORES E
PESCADORAS ARTESANAIS
2. COMISSÃO NACIONAL DE FORTALECIMENTO
DAS RESERVAS EXTRATIVISTAS COSTEIRAS E MARINHAS - CONFREM,
3. Cooperativa dos Pescadores Artesanais
da RDS Ponta do Tubarão - Macau
4. Colônia dos Pescadores Z 04 de Natal
5. Associação dos Pescadores e Pescadores
de Macau - APPM.
6. Associação dos Pescadores e Pescadoras
da Praia de Carne de Vaca - Goiana/PE
7. Associação das Marisqueiras e
Pescadores de Povoação de São Lourenço - Goiana/PE
8. Associação Quilombola de Povoação de
São Lourenço - Goiana/PE
9. Associação de Moradores e Pescadores
de A-Ver-o-Mar - Sirinhaém/PE
10.
Colônia
dos Pescadores Z - 10 de Itapissuma/PE.
11.
Colônia
dos Pescadores Z - 14 de Goiana/PE
12.
Colônia
dos Pescadores Z - 15 de Atapuz -Goiana/PE
13.
Colônia
dos Pescadores Z - 25 de Jaboatão dos Guararapes/PE
14.
Colônia
dos Pescadores Z - 08 do Cabo de Santo Agostinho/PE
15.
Colônia
dos Pescadores Z - 12 de Porto de Galinha - Ipojuca/PE
16.
Colônia
dos Pescadores Z - 06 de Barra de Sirinhaém - Sirinhaém/PE
17.
Colônia
dos Pescadores Z - 07 de Rio Formoso/PE
18.
Colônia
dos Pescadores Z - 05 de Tamandaré/PE
19.
Colônia
dos Pescadores Z - 09 de São José da Coroa Grande/PE
20.
Colônia
dos Pescadores Z - 22 de Barreiros/PE
21.
Colônia
dos Pescadores Z - 18 de Lagoa do Carro/PE
22.
Colônia
dos Pescadores Z - 23 de Petrolândia/PE
23.
Colônia
dos Pescadores Z - 26 de Itacuruba/PE
24.
Colônia
dos Pescadores Z - 27 de Belém do São Francisco/PE
25.
Colônia
dos Pescadores Z - 29 de Floresta/PE
26.
Colônia
dos Pescadores Z - 31 de Serrita/PE
27.
Colônia
dos Pescadores Z - 35 de Cabrobó/PE
28.
Colônia
dos Pescadores Nossa Senhora Aparecida -Serra Talhada/PE
29.
Colônia
de pescadores -74 de PIOXII - MA
30.
Sindicato
dos Pescadores de Cururupu - MA;
31.
Sindicato
dos pescadores de Rosário - MA
32.
Sindicato
de pescadores de Icatú- MA;
33.
Associação
dos pescadores de Cedral – MA;
34.
Colônia
de pescadores de Santa Helena – MA;
35.
Sindicato
dos Pescadores de Igarapé do meio – MA;
36.
Comunidade
de Cucurnã – PA
37.
Comunidade
Juá – PA
38.
Comunidade
São Brás – Santarém – PA
39.
Associação
de Pescadores de São Sebastião da Boa Vista - PA
40.
Colonia
de pescadores/as Z-41 Oriximina - PA
41.
Colonia
d pescadores/as Z-19 Obidos - PA
42.
Colonia
de pescadores/as Z- 66 Curuá- PA
43.
Colonia
de pescadores/as Z- 42 Juruti- PA
44.
Conselho
de pesca da região de Cametá, Z- 52 Aveiro - PA
45.
Nucleos
de base do Marcanã, Mararu, Mapiri, Area Verde todos ligados a Colonia de
Pescadores/as Z- 20
46.
Santarém.
47.
Associação
de Pescadores da Pesca artesanal- ASSEPEAPA- PI
48.
Colônia
Z-7 de Ilha Grande - PI
49.
Sindpesca
de Parnaíba - PI
50.
Associação
de Moradores e pescadores da Pedra do Sal - PI
51.
Associação
de Manjubéiros da Pesca Artesanal- PI
52.
Associação
de Moradores e pescadores de Rancharia - PI
53.
Associação
dos Moradores do Sitio Jardim- AMSJ - CE
54.
União
dos Pescadores da Caponga- UNIPESCA - CE
55.
Associação
dos dos Pescadores de Morro Branco - CE
56.
Associação
dos Moradores de Barra Velha - CE
57.
Associação
dos Pescadores do Batoque - CE
58.
Associação
dos Moradores e Pescadores agricultores de Capim Açú e Barro Preto - CE
59.
Aassociação
de moradores da Emboaca -CE
60.
Associação
dos Pescadores,Artesãs,Marisqueiras e Barraqueiros da Vila da Volta - CE
61.
Associação
Comunitária de Moradores de Tatajuba- ACOMOTA – CE
62.
Associação
dos Pescadores e Pescadoras Frutos do Mar – Santo Amaro - BA
63.
Associação
dos Pescadores e Pescadoras de Ponta de Souza – Maragogipe - BA
64.
Associação
dos Pescadores e Moradores de Bananeiras – Ilha de Maré - BA
65.
Associação
dos Pescadores de Angolá – Maragogipe -BA
66.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo Salamina do Putumuju- BA
67.
Conselho
Quilombola de Maragogipe - BA
68.
Conselho
Quilombola de Ilha de Maré - BA
69.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo do Boqueirão – São Francisco do Paraguaçu - BA
70.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo da Cambuta – Santo Amaro - BA
71.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo de São Braz – Santo Amaro - BA
72.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo de Acupe- Santo Amaro - BA
73.
Associação
dos Remanescentes de Quilombo Porto de
D. João – BA
74.
Associação
de Pescadores e Apicultores de Casa Nova- BA
75.
Associação
de Pescadores e Pescadoras de Remanso – APPR – BA
76.
Associação
de Pescadores de Sento Sé – BA
77.
Associação
de Pescadores e Pescadoras de Juazeiro – BA
78.
Associação
de Pescadores de Pescadoras de Conceição de Salinas – BA
79.
Associação
de Pescadores e Pescadoras de São Tomé de Paripe – BA
80.
Associação
Mãe da RESEX de Canavieiras - AMEX
81.
Colônia
Z-51 de Santa Cruz de Cabrália – Ba
82.
Colônia
Z-49 de Pilão Arcado- BA
83.
Colônia
de Pescadores Z-04 de Ilha de Maré - Ba
84.
Associação
de Pescadores do Veleiro - BA
85.
Associação
de Pescadores de Barra Velha – BA
86.
Associação
de Pescadores de Cumuruxatiba – BA
87.
Associação
de Remanescente de quilombo de Batateira – BA
88.
Associação
dos Remanescente de Quilobo Rio dos Macacos – BA
89.
Associação
de Pescadores e Pescadoras de Caravelas - BA
90.
Associação
de Pescadores e Pescadoras da Ilha do Marinheiro - RGS
91.
Associação
de Pescadores de Sepetiba – RJ
92.
Associação
Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara -
AHOMAR -RJ
93.
Associação
de Pescadores e Aquicultores de Pedra de Guaratiba – RJ
94.
Associação
dos Pescadores da Baía de Sepetiba - RJ
95.
SINPESCA
– RJ – Sindicato dos Pescadores Profissionais, Pescadores Artesanais do Estado
do Rio de Janeiro
96.
Associação
de Pescadores e Pescadoras de Conceição da Barra – ES
97.
Associação
dos Pescadores do Pontal – Marataízes - ES
98.
Associação
de Pescadores de Serra – ES
99.
Associação
de Pescadores de Jacaraípe – ES
100.
Federação
das Associações de Pescadores Profissionais Artesanais e Aquicultores do ES
101.
Laboratório
Socioambiental do Centro de Estudos do Mar (CEM/UFPR)
102.
Grupo
de Pesquisa Historicidade do Estado e do Direito: interações sociedade e meio
ambiente - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
103.
Centro
de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul/Ba – CEPEDES
104.
Conselho
Pastoral dos Pescadores – CPP
105.
Comissão
Pastoral da Terra – CPT Nacional
106.
CPT REGIONAL BAHIA
107.
Caritas
Regional NE III
108.
Comissão
de Justiça e Paz - Macau
109.
AGB
Associação dos Geógrafos Brasileiros GT Ambiente
110.
Fórum
Carajás – MA
111.
ANAÍ
- Associação Nacional de Ação Indigenista
112.
AATR
– Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – Salvador
– BA
113.
Grupo
Ambientalista Comunitário - Grupo Verde Cucurunã.- Santarém –PA
114.
Fórum
dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas Cercanias da Baía
de Guanabara - FAPP-BG
115.
Fórum
Suape Sócio Ambiental
116.
Movimento
Ecossocialista de Pernambuco
117.
Blog
Combate Racismo Ambienta
118.
Bicuda
Ecológica
119.
Francisco
José (Franzé) - UEFS/DCBio/LETNO - BA
120.
Tarcísio
Quinamo - pesquisador da Fundaj, Recife-PE
121.
Lígia
Albuquerque de Melo – Pesquisadoras da Fundaj- PE
122.
Eliana
Conde B. Leite - Engenheira agrônoma, Colaboradora voluntária no processo de
criação da Reserva
123.
Extrativista
Marinha de Itaipu - Niterói - UC estadual de 2013- RJ
124.
Laura
Rougemont - pesquisadora (IPPUR/UFRJ e Coletivo ENCONTTRA) - RJ
125.
Sebastião
Fernandes Raulino, professor, pesquisador - RJ
126.
Leopoldo
Cavaleri Gerhardinger (Coletivo Memorias do Mar)
127.
Marcelo
Apel – Educador Popular
128.
Diosmar
M. Santana Filho - ativista e
pesquisador
129.
Tania
Pacheco - ativista e pesquisadora
130.
Alice
Nataraja Garcia Santos (doutoranda bolsista CNPq, Universidade de Tübingen,
Alemanha
131.
Natalia
D. Tadeu (pesquisadora)
132.
João
Batista da Silva – Geógrafo Ruben siqueira, sociólogo, da comissão pastoral da
terra / Bahia
133.
Beatriz
Mesquita Jardim Pedrosa
134.
René
Schärer, Amigos da Prainha do Canto Verde
135.
Fátima
Massena - Universidade Federal Rural de Pernambuco
136.
José
Augusto Laranjeiras Sampaio - Professor da Universidade do Estado da Bahia e
Pesquisador - Associado do Programa de
Pesquisas sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro - UFBA
137.
Carlos
Alberto Pinto dos Santos – Carlinhos - – CONFREM
138.
Erika
de Almeida -Oceanóloga -Msc Gestão Social e Desenvolvimento Territorial
139.
Igor
Moreira – Advogado – CE
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