sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Carta Convocatorio: Congresso dos Pescadores e Pescadoras Artesanais da Bacia do Rio São Francisco
Vamos Tecer a Rede do Bem Viver!
Louvado sejam os
Pescadores e Pescadoras Artesanais da Bacia do Rio São Francisco, Lutadores e
Lutadoras, Parceiros e Parceiras do Velho Chico.
Foto: J.Zinclar |
Nos últimos dez anos
acelerou-se o processo de morte do Velho Chico. O governo, nos três níveis,
abraça o modelo de desenvolvimento predador. Avança destemidamente, a política
econômica de exportação: o agronegócio, o monocultivo das pisciculturas, os canais
de irrigação, a mineração, a transposição, as barragens com matriz energética
insustentável... tudo isto, com os mais altos níveis de degradação envolvendo poluição,
envenenamento, grilagem e privatização das terras e águas públicas, desmatamento
e assoreamento dos rios. Os peixes diminuem em quantidade e em qualidade e as
comunidades pesqueiras vêm perdendo seus territórios tradicionais e direitos já
conquistados. As nascentes do Rio São Francisco se encontram em processo
crescente de extinção. Na sua Foz o mar
avança para dentro do rio numa demonstração de que o Velho Chico está perdendo
sua força. Junto com o Rio, as comunidades tradicionalmente pesqueiras sofrem
todos os tipos de mazelas, inclusive o da pesca predatória.
Diante das atrocidades,
os Pescadores e Pescadoras Artesanais vivenciam nas águas, a dor e o lamento do
Velho Chico, mas, não cruzam os braços! Agora mais que nunca as comunidades
tradicionais pesqueiras convocam os lutadores e lutadoras para um importante
momento:
Realização
do Congresso dos Pescadores e Pescadoras
Artesanais da Bacia do Rio São Francisco.
Tema: Grito do Rio e seu Povo na Busca do Bem
Viver!
Lema: Pescadores e Pescadoras Artesanais: Raiz de Esperança em Defesa da
Identidade dos Territórios Pesqueiros e pela Revitalização Popular do Velho
Chico.
O Congresso tem por Objetivo “Fortalecer
as Articulações das lutas dos pescadores e
pescadoras artesanais na afirmação da identidade e defesa dos territórios
pesqueiros, contra a degradação e pela revitalização popular, recolocando a
pesca artesanal da bacia do Rio São Francisco, no cenário nacional”.
Data: 01
a 03 de Abril de 2016.
Local: Ilha
do Fogo em Petrolina/PE, de onde o Grito da Pesca Artesanal do São Francisco vai ecoar!
Organize sua comunidade e venha participar!
“Não deixe o Rio morrer, se não morre o
ribeirinho de fome de sede e não sei mais o quê...!”
Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil- MPP
Conselho Pastoral dos Pescadores - CPP
E-mail:cppnordeste2@bol.com.br
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Suape em cheque: agentes em defesa da pesca artesanal conseguem nova perícia para o caso do Complexo
Por assessoria de comunicação do CPP,
suape-em-cheque-agentes-em-defesa-da.html
Foto: Méle Dornelas
Pescadoras na mariscagem na praia de SUAPE. |
Desde que chegou ao
litoral Sul de Pernambuco, na década de 70, o Complexo Industrial Portuário de
Suape veio progressivamente interferindo na biodiversidade da região e,
consequentemente, nas dinâmicas ambientais de todo estado pernambucano. Não
bastasse, o Porto ataca ainda o modo de vida das populações tradicionais que,
com o apoio de organizações e movimento em defesa da pesca artesanal, passaram
a ser organizar para pressionar o Estado por medias que freiem o avanço dos
impactos do Complexo.
Pescadoras e pescadores
vêm denunciando a redução significativa do pescado, a dificuldade de locomoção
para o trabalho, a poluição nas águas, o desmatamento dos mangues dentre outros
impactos vindos com o crescimento desordenado, especialmente com o estabelecimento
de dragagens para a construção de estaleiros. “Os impactos das dragagens são
eternos porque pra manter a profundidade do canal tem sempre que estar cavando,
e isso interfere na vida dos peixes, é assim que eles estão diminuindo”,
destaca o pescador artesanal, Laílson Evangelista.
Pescadores em atividades dentro no estuário com o estaleiro Atlântico Sul al fundo. |
Já são mais de 10 anos de
descumprimento da aplicação das compensações ambientais impostas pelo
Ministério Público Federal por parte de Suape. Em 2011, os pescadores e as
pescadoras de Cabo de Santo Agostinho e adjacências, junto com parceiros,
conseguiram que o MPF entrasse com uma ação civil pública para resguardar seus
direitos dos impactos vindos com as dragagens do Porto, além de pedir estudos
mais aprofundados sobre o caso.
Desde então já foram
diversas audiências para discutira questão. Em setembro desse ano, o Juiz
federal, que vem acompanhando o caso, deu um prazo para as alegações finais no
processo, ou seja, estipulou que já existem provas suficientes para um parecer,
contrariando as demandas das comunidades pesqueiras e parceiros que
pressionaram por uma nova perícia.
Foi assim que nesse mês de
novembro, o MPF aprovou o pedido de nova perícia para o caso, o que garante uma
reavaliação mais justa dos impactos. “Analisar a ação com mais tempo é
importante, pois dá condições de apurar os verdadeiros impactos. Que seja feita
Justiça junto aos pescadores artesanais!”, se posiciona a agente do Conselho
Pastoral dos Pescadores Nordeste (CPP NE), Laurineide Santana.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Carta Final: V SEMINÁRIO PESCA ARTESANAL E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL:
V SEMINÁRIO PESCA ARTESANAL E SUSTENTABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL:
EDUCAÇÃO E GOVERNANÇA
EDUCAÇÃO E GOVERNANÇA
Nós pescadoras e
pescadores artesanais, estudantes, educadores
populares, pesquisadores e funcionários públicos das mais diversas áreas
estivemos reunidos na realização do V
Seminário Pesca
Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: educação e governança, realizado
em Recife/PE, no período de 14 a 16 de outubro de 2015. O Seminário é
foi uma iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com o apoio do Conselho
Pastoral dos Pescadores (CPP). O evento teve como foco principal a educação e
governança, tendo como premissas a primeira como processo emancipador e a
segunda como tomadas de decisão de forma coletiva. As discussões se deram em
torno da importância econômica, social, cultural e ambiental da pesca artesanal
e das comunidades tradicionais. Além disso, abordamos as intervenções
governamentais em relação a essa atividade, os projetos sociais e a resposta
social, juntamente com as necessidades reais dessas comunidades.
Nas discussões
empreendidas, considerou-se que a pesca artesanal trata-se de uma atividade
tradicional de grande importância para a sociedade brasileira e, mesmo não
tendo o reconhecimento devido, tem um papel considerável na história do País. A
vulnerabilidade socioambiental das comunidades pesqueiras é resultado da
expansão do capital nos territórios tradicionais da pesca artesanal, por meio
da especulação imobiliária, da construção e operação de portos, instalação de grandes
indústrias, de atividades de mineração, de agro e de hidronegócio, da implantação
de matrizes energéticas, dentre outros empreendimentos estatais ou privados.
Essa realidade tem afetado e influenciado drasticamente no reconhecimento da
identidade pesqueira tradicional, favorecendo assim uma política de negação de
direitos, como a suspensão de dez modalidades do Seguro Defeso (Instrução
Normativa Interministerial MAPA/MMA Nº192/2015) no último dia 9 de outubro, e
os Decretos Nº 8424 e Nº 8425 (março, 2015), que atingem especialmente as
mulheres, desrespeitando as Diretrizes Voluntárias da FAO e a Convenção Nº 169
da OIT, de 27 de junho de 1989, da qual o Brasil é signatário e cujo texto foi
promulgado no Brasil por meio do Decreto Nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Além
de negar identidades e direitos, esse modelo de “desenvolvimento” imposto pelo
Estado tem como consequência, também, o aumento das doenças ocupacionais, como
as infecções por contaminação das águas e do pescado.
No âmbito
educacional, observou-se que o extinto Programa Pescando
Letras não atendeu as necessidades e anseios das comunidades
pesqueiras, e não auxiliou a população a enriquecer o senso crítico
para o enfrentamento a essas problemáticas encontradas nos territórios
pesqueiros. O Programa Brasil Alfabetizado, apresentado no seminário pelo Diretor
de Políticas de Alfabetização, Diversidade e Educação de Jovens e Adultos da
Secadi/MEC, embora dito como o Programa que incorporou diretamente ações do
Pescando Letras, não era do conhecimento da maioria dos presentes.
Diante dessa
realidade, entendeu-se que, em termos de educação dirigida à
comunidades pesqueiras, é necessário inserir referências que contribuam para o
processo de emancipação e valorização do saber popular, reconhecendo as
pescadoras e os pescadores como sujeitos da sua própria história, detentores de
conhecimentos tradicionais, com capacidade de construção de saberes e gestão do
meio em que vivem. Uma educação que possibilite a oportunidade de participar da
construção de novos conhecimentos, visando à educação como um instrumento para
o exercício da sustentabilidade, ao considerar a cultura, as características
ecológicas e as diversidades locais na construção coletiva do saber. Nesse
sentido, reivindicou-se a criação de um Programa de Educação que atenda as
demandas das comunidades pesqueiras supracitadas, tendo como referência a
Educação Contextualizada.
Associado a tudo
isso exposto, a extinção do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) que foi
relocado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aumenta
as incertezas devido a sua política que, alinhada aos interesses do
agronegócio, prioriza os projetos de interesses privados, com foco no lucro,
resultando em prática de uso e manejo dos recursos naturais que degradam o meio
ambiente e descaracterizam os territórios tradicionais. Nas discussões, o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foi lembrado como uma alternativa
ao MAPA, no concerne ao abrigo das ações governamentais relativas à pesca
artesanal.
Durante todo o
evento destacou-se a urgência do Governo e da sociedade reconhecerem
a importância da atividade pesqueira artesanal e dos territórios pesqueiros na
cultura, na conservação ambiental e para a segurança e soberania alimentar do
povo brasileiro.
E que sejam
revogados os decretos Nº 8424 e Nº 8425, já citados, para assegurar os direitos,
identidades, cultura e o futuro dos pescadores e pescadoras artesanais,
respeitando as Diretrizes Voluntárias da FAO e a Convenção Nº 169 da OIT, além da
retomada das Portarias que foram suspensas para garantir, dessa forma, o
período de reprodução e, assim, a conservação das espécies e, em consequência,
da atividade pesqueira artesanal.
Reiterou-se
também o dever do Estado em reconhecer os Territórios Pesqueiros artesanais que
compreendem não somente os lugares de pescaria, mas os espaços de reprodução da
vida e da cultura tradicional. Esses territórios são espaços historicamente
pertencentes a comunidades que secularmente compartilham o uso dos bens
naturais comuns de forma equilibrada, contribuindo para a proteção da
biodiversidade natural. Nessa perspectiva, é dever do Estado reconhecer as
Reservas Extrativistas (Resex) como territórios pesqueiros, garantindo o
respeito aos seus limites físicos e à autonomia dos seus Conselhos Gestores nas
decisões referentes as mesmas. Além disso, é dever urgente do Estado reconhecer
e regularizar todos os demais Territórios Pesqueiros que não se
institucionalizaram como Resex, mas que são igualmente espaços de reprodução da
vida dessas comunidades, das espécies pesqueiras e de conservação da natureza.
O Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio de sua representante, informou
no final do evento que estaria se articulando com o representante da Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do
Ministério da Educação (MEC) para financiar as ações de alfabetização às
experiências apresentadas no Painel
Experiências de Educação em Comunidades Pesqueiras Artesanais, por meio do Programa Brasil Alfabetizado. E
que já estavam entrando em contato com os gestores estaduais e municipais para
concretizarem esse processo.
Como produtos do V Seminário Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: educação e
governança, além do presente documento, foram elaboradas
e aprovadas quatro moções, compreendendo: “Moção de Apoio à criação da RESEX
Marinha do Rio Sirinhaém”, em Pernambuco; “Moção de Apoio À Educação
Contextualizada em Comunidades Pesqueiras Artesanais”; “Moção de Repúdio à
Instrução Normativa Interministerial MAPA/MMA Nº192/2015”; e “Moção de Repúdio
à Suspensão do Parque dos Manguezais Josué de Castro”, de Recife,
Pernambuco. E o evento foi finalizado com cânticos de afirmação do Movimento
dos Pescadores e Pescadoras Artesanais.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
sexta-feira, 26 de junho de 2015
COM AS MEDIDAS PROVISÓRIAS 664 E 665 E OS DECRETOS 8425 E 8424, MPA TIRA DIREITOS DE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS.
Pescadores e Pescadoras
artesanais, promovem ato, contra as Medidas Provisórias 664 e 665 e Decretos
Presidências 8.425 e 8424. Após um longo
período de dialogo com o Governo Federal, o Movimento dos Pescadores e
Pescadoras Artesanais, realizaram no dia 15 de junho, ato contrario a
publicação do Decreto 8.425/2015, que materializar as angustias dos pescadores
com relação as MPs 664 e 665.
Tendo como estratégia
diminuir os custos para os cofres públicos e tira o acesso aos direitos
trabalhistas e previdenciários dos falsos pescadores, o Governo Federal, baixou
uma serie de ações que prejudicam pescadores e pescadoras artesanais em todo o
Brasil.
Em abril de 2015, o MPA
divulgou que 289 mil Registro Geral da Pesca (RGP) Carteiras de Pescadores
Artesanais, foram cancelados, e que esses só poderão ser reintegrados ao
sistema do RGP após um ano, com registro novo. Isto leva centenas de pais de
famílias que já tinham registros antigos (SUDEPE, IBAMA, MAPA E SEAP/PR) a
terem seus tempos de atividades nulos, ficando prejudicados quando forem pedir
aposentadoria.
O MPA também não inscreveu
mais de 200 mil pescadores (registro inicial) em todo o Brasil no período de
2012 a 2014. Em Pernambuco no período de outubro de 2013 a abril de 2015 foram
mais de 2.500 pescadores que solicitaram registro inicial e esses não foram
sequer cadastrados no SISRGP.
O Decreto 8.425, além de
tira direitos constitucionais dos trabalhadores e trabalhadoras da pesca
artesanal, desqualifica a unidade de produção familiar tão importante no
desenvolvimento da atividade pesqueira artesanal, quando o Decreto qualifica os
trabalhos da cadeia produtiva como trabalhos de apoio a pesca e não mais como
complemento da atividade principal. O Decreto interfere no jeito de ser e de
viver das comunidades, desrespeita a Convenção 169 da OIT, e rasga o Decreto
6040/2007. Além de desconsidera a Politica Nacional de Desenvolvimento dos
Povos e Comunidades Tradicionais.
A Lei 11.959/2009, institui
que o Registro Geral da Atividade Pesqueira é o instrumento obrigatório para o
desenvolvimento da atividade e também é através do RGP que os
pescadores e as
pescadoras acessam as políticas públicas previdenciárias, trabalhistas, bem
como créditos e investimento.
OS atos de ocupação
ocorreram de forma simultâneas, nas Superintendências do MPA em Pernambuco e
Bahias, e nas agencias do INSS em Cascavel/CE, São Sebastião (PA) e no Piauí.
Na pauta de reivindicação os pescadores e as pescadoras, trouxeram:
- Adiamento e revisão do decreto 8.425, com a participação da sociedade civil; Expedição dos mais de 200 mil registro iniciais não expedido até o momento; Qualificação dos serviços da cadeia produtiva (Beneficiamento, confecção e manutenção dos apetrechos pelo núcleo familiar) como Complemento da Atividade Pesqueira Artesanal;
- Após a ocupação e abertura do dialogo com Ministério da Pesca e Aquicultura, realizamos uma vídeo conferencia, com a presença do: Ministro Helder Barbalho, dos secretários Fabio Hazin e Clemeson Pinheiros e da representação da Secretaria Geral da Presidência.
Conseguimos avança no Debate
do MPA:
- Adiamento da vivencia do Decreto 8.425, de 15/06 para 15/07, criação de um grupo de trabalho com a participação de: 03 representantes do MPP, 03 da CNP, 03 da Confrem, 01 do CPP, 01 do MONAPE, 01 da Rede Caiçara, 01 da CNPA, mais: Secretaria Geral da Presidência, MDA, SIP, SPM, Fundação Palmares, comissão de povos e comunidade tradicionais e MPA. Com reunião prevista para os dias 30/06 e 01/07;
- Garantia de que as carteiras do 1º registro serão impressas e entregue até o final de agosto/2015; e
- Os registros cancelados serão revistos, de acordo com a apresentação dos interessados nas superintendias com apresentação de recursos.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Dia de São Pedro em Pernambuco
Pescadores e Pescadoras do Litoral Pernambucano, em contagem regressiva para comemoração do dia de São Pedro. As comunidades de pescadores artesanais em: São José da Coroa Grande, Tamandaré, Rio Formoso, Barra de Sirinhaém, Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão, Pina/Recife, Itamaracá e Goiana, estão nos ajustes finais para as festividades em comemoração ao dia de São Pedro.
Segue programação em São José da Coroa Grande:
dia 29/06
07h - Alvorada com fogos;
09h - Missa Campal;
10h30min - Procissão pelas principais ruas de São José da Coroa Grande;
11h30min - Procissão e Cortejo Marítimo
13h - Brincadeiras
15h - Forró Pé de Serra
Todas as atividades são organizadas e realizadas pela Colônia dos Pescadores Z - 09 de São José da Coroa Grande.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
APA COSTA DOS CORAIS DISCUTIR S TERRITÓRIO E SUSTENTABILIDADE DA PESCA ARTESANAL.
"Territórios pesqueiros: biodiversidade, cultura
e soberania Alimentar do povo Brasileiro"
Cartaz de Divulgação do Evento. |
Com o proposito de promover
a integração e articulação entre as comunidades de pescadores e pescadoras
artesanais, situadas nos 11 municípios incluídos na APA Federal Costa dos
Corais, entre os estados de Pernambuco e Alagoas, fora realizado nos dias 02 e
03 de junho (semana de meio ambiente), o Iº Seminário o da Pesca Artesanal da
APA Costa dos Corais.
O evento foi realizado no Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste –
CEPENE, com a presença de representantes das comunidades pesqueiras dos municípios
de Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande (PE), Maragogi,
Japaratinga, Porto de Pedra, Passos de Camaragibe, São Miguel dos Milagres,
Barra de Santo Antônio, Paripueira e Maceió. Foram mas de
60 pessoas.
O seminário surgiu de uma
provocação na reunião do Conselho Gestor da APA Costa dos Corais, logo apoio a
realização da oficina de mediação de conflitos.
Diante da provocação, organizações integrantes do CONAPAC e organizações
parceiras (CPP – Conselho Pastoral dos Pescadores, IRCOS – Instituto Recifes
Costeiros, IFAL – Instituto Federal de Alagoas (Campos Maragogi), CEPENE, Rede
MangueMar Pernambuco e o grupo de gestores da APA Costa dos Corais, iniciaram
em agosto de 2014 a articulação das comunidades pesqueiras.
Após realizara uma primeira
oficina com representantes de 05 municípios, que apontou os termos gerais para
realização do encontro bem como o tema focal: TERRITORIOS PESQUEIROS; com esse
lema geral, as equipes saíram em campo no processo de articulação e animação
das comunidades, foram realizadas mais de 20 oficinas/reuniões preparatórias junto
às comunidades, envolvendo aproximadamente 800 pessoas dos 11 municípios.
Tendo o tema dos Territórios
pesqueiro como eixo central, os pescadores discutiram os conflitos em Terra e
Mar que afetam diretamente o desenvolvimento e manutenção da atividade da pesca
artesanal e a integridade dos territórios pesqueiros.
Participantes do I Seminário da Pesca Artesanal na APA |
Como fechamento do processo,
realizamos o Iº SEMINÁRIO DA PESCA ARTESANAL NA APA COSTA DOS CORAIS, que
contou a apresentação de experiências de luta pela garantia dos territórios
como: A luta a Comunidade de Pescadores Artesanais pela criação da Reserva
Extrativista da Prainha do Canto Verde (CE); a luta pela regularização do território
pesqueiro da comunidade de pescadores e lavradores da praia do Rosado (RN); A
Luta pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável estadual Ponta do
Tubarão (RN); e a experiência inicial de discussão de TAUS – Termo de
Autorização de Uso Sustentável iniciado nas comunidades de Porto de Pedras (AL)
e São José da Coroa Grande(PE).
Grupo Cultura da Terceira Idade de Tamandaré |
O Seminário terminou com o
gostinho de quero mais! Com a perspectiva de a cada 02 anos, a gestão da APA
Costa dos Corais ficou com a incumbência de animar, momentos coletivos iguais a esses
para avaliar e planejar novas ações junto com o setor da pesca artesanal;
Também foram tirados encaminhamentos para o trabalho nas 04 regiões da APA :
Norte (Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande), Centro-norte (Maragogi
e Japaratinga), Centro (Porto de Pedra, Passos de Camaragibe e São Miguel dos
Milagres) Sul (Barra de Santo Antonio, Paripueira e Maceió). Com essa organização,
as lideranças e representantes das comunidades se comprometem a serem
vigilantes e colabora com os processos de auto-gestão da pesca dentro da APA
Costa dos Corais, a partir do conhecimento do plano de manejo da unidade e da
organização social as comunidades.
O Seminário contou com a
colaboração e apoio da Prefeitura de Tamandaré, parceria público privada entre
o ICMbio e a Fundação Toyota do Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica.
Pro: Severino Santos – CPP Nordeste
02
segunda-feira, 1 de junho de 2015
São Francisco Vivo: Terra, Agua, Rio e Povo! (10 anos de luta)
IV Encontro
Popular da Bacia do Rio São Francisco
Carta de Bom Jesus da Lapa
O RIO
PRECISA, A CAMINHADA SEGUE!
Dez
anos após o I Encontro Popular da Bacia, reunimo-nos no mesmo local, Bom Jesus
da Lapa, nos dias 28 a 31 de Maio de 2015, para avaliar a trajetória de atuação
da Articulação Popular São Francisco Vivo (SFVIVO), então criada, e planejar
seu futuro. Por meio desta carta, nós, 78 pessoas, representantes de 58
organizações populares, movimentos sociais, sindicatos, associações,
acadêmicos, pastorais e ONGs do Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco,
nos dirigimos ao povo do São Francisco, às autoridades e a toda sociedade.
Pautados
na atual crise hídrica geral e do São Francisco em particular, representantes
da Cia. de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) e
do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), ouviram uma extensa
lista de queixas e reivindicações dos ribeirinhos e ribeirinhas presentes, sem
que tivessem convincentes respostas a dar. Lamentamos a ausência de órgãos
convidados, mesmo justificadamente: Ministério Público Federal e Secretaria do
Patrimônio da União. Muito mais lamentamos, indignados, as ausências sem
justificativas: Ministérios da Integração Nacional e do Meio Ambiente, Cia.
Hidrelétrica do São Francisco (CHSEF) e Agência Nacional de Águas (ANA).
Nossa
troca de experiências e debates nos levaram a perceber que nossas lutas
continuam sendo basicamente as mesmas, bem mais exigentes, com conquistas
pontuais, porém, com derrotas estruturais muito maiores, vinculadas ao êxito do
grande capital, que se expande avassalando territórios, bens naturais, gentes e
organizações da sociedade civil. Neste momento, os movimentos populares
“bateram a cara no muro” restando as alternativas de recuo e mudança de rumos ou
ruptura e derrubada do “muro”...
Os
testemunhos do povo do São Francisco reafirmaram o estado de destruição do Rio
e sua Bacia, com a certeza de que por parte do sistema de exploração e
dominação não haverá reversão deste quadro. Entendemos que a vitalidade do Rio
implica “Terra, Água, Rio e Povo”, por isso, nos colocamos a ouvir, interpretar
e tirar consequências práticas das experiências das comunidades e povos nos
eixos: Lutas pela Terra e Territórios, Enfrentamentos de Projetos do Capital e
Revitalização da Bacia.
Terra e Territórios – Os processos de
retomada de territórios foram bastante evidenciados. Representantes de povos e
comunidades em luta (Indígenas, Quilombolas, Pescadores, Geraizeiros e Fundos e
Fechos de Pasto) relataram que as conquistas só se deram com resistência
incondicional. Assim tem que ser, pois grandes são as ameaças, do capital e do
Estado mancomunados... A contribuição da SFVIVO tem sido importante nos
intercâmbios, informação e formação, conhecimento de direitos, visibilidade e
afirmação da história, da cultura e da tradição, que fortalecem as lutas.
Enfrentamentos de
projetos do Capital
– O agronegócio, privado e público (perímetros irrigados), a mineração e os
projetos energéticos, com barragens, PCHs, e grandes usinas eólicas, nucleares
e, agora, chegando as solares, prometem progresso, emprego e renda, mas não é o
que acontece, são um comprovado falso desenvolvimento. Se é desenvolvimento,
para quem é e a que custo? Impactam negativamente comunidades, com danos
sociais e ambientais irreversíveis, desrespeitam as várias formas de vida,
trabalho e a cultura popular. Afetam mais as populações vulneráveis, resultando
em violência, desestruturação familiar, perda de renda, prostituição e
exploração sexual de crianças e adolescentes, como constatado nas obras da
Transposição. Compensações e mitigações de impactados precisam urgentemente ser
submetidas ao efetivo controle social. Novas e absurdas transposições do São
Francisco se anunciam (Eixos Oeste para o Piauí e Sul para a Bahia), com o
único objetivo de expansão do agrohidronegócio. Esta é também a finalidade do
MATOPIBA, estratégia público-privada para terminar a devastação do que resta dos
Cerrados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, afetando irremediavelmente
áreas de recarga do São Francisco na Bahia. O modelo desenvolvimentista não
mais se sustenta! Nossas lutas reativas são fundamentais para garantir direitos
e preservar territórios, mas para derrotar o modelo precisamos avançar para
outro patamar de articulação e unidade das forças populares.
Com
base nesta avaliação e com estas proposições, consoante a crise hídrica, decidimos
que a nossa prioridade para os próximos anos
será a defesa da ÁGUA em quantidade e qualidade em toda Bacia do São Francisco,
da nascente à foz e em todos seus afluentes. Para isto, vamos nos dedicar à
denúncia da má gestão da água e ao reforço da proposta de uma Moratória do São
Francisco, que fizemos em 2014, na pior crise do rio até agora. Vamos nos esmerar
pela Revitalização da Bacia do São Francisco, com informação e formação e constituição
de Núcleos Municipais de Cidadania dedicados à luta pelo saneamento ambiental e
à recuperação de microbacias, entendendo que o atual Programa do Governo
Federal é paliativo, publicitário, insuficiente. Para tal, reorganizamos a
SFVIVO, com mínima estrutura de funcionamento e máxima dedicação de todos e
todas que a fazem.
Conclamamos
as organizações e pessoas que se preocupam com a vida do Rio São Francisco a
juntarem-se a nós nessa empreitada, na certeza de que o horizonte ainda estará
a brilhar para quem insistir na caminhada, pois, parafraseando a poeta Cora
Coralina, “tem mais chão nos nossos olhos
do que cansaço em nossas pernas, mais esperança nos nossos passos do que
tristeza nos nossos ombros, mais estrada em nosso coração do que medo em nossas
cabeças”. Isso sentimos, na tarde de hoje, corpos, corações e mentes irmanados,
os pés molhados no leito raso do São Francisco, no toré dos Pankará e Kariri-Xocó, em troca de energias vitais com o
Rio e seus Encantados. Decretamos que, nem que seja de choro e suor, de tamanha
gratidão e luta, queremos com água encher nosso Velho Chico!
“São
Francisco Vivo – Terra, Água, Rio e Povo”.
Agência
10Envolvimento / Barreiras-BA, Assentamento 17 de abril, Associação de Fundo de
Pasto de Areia Grande / Casa Nova-BA, Associações de Fechos de Pasto de Correntina-BA,
Associação de Fundo de Pasto de Riacho de Santo Antônio / Sento-Sé-BA, Associação
de Mulheres Pescadoras / Ilha das Flores-SE, Associação Quilombola da Foz do SF
– SE, Associação Quilombola de Barra do Parateca (BA), Associação Quilombola de
Brejo dos Crioulos (MG), Associação Quilombola de Brejões dos Negros (SE), Associação
Quilombola de Resina / Brejo Grande-SE, CAACTUS Campo Formoso-BA, CAPAESF Serra
do Ramalho-BA, Cáritas Diocesana de Januária-MG, CETA/BA, Colônia de Pescadores
Z-026, Comissão Paroquial de Meio-Ambiente / Caetité-BA, Comissão Pastoral da
Terra BA / MG / Nacional, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, Comunidade
de Pescadores de Caraíbas / Pedras de Maria da Cruz – MG, Conselho Indigenista
Missionário / AL, Conselho Pastoral dos Pescadores Baixo SF / BA / Nacional, Diocese
de Floresta, Diocese de Bom Jesus da Lapa, Ecodebate (Rio de Janeiro), Escola
Ilha da Canabrava / Bom Jesus da Lapa-BA, Folia de Reis / Porteirinha-MG, IRPAA
(Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada), Juventude Franciscana
(JUFRA), Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho - Lasat / Fiocruz, MAB /
Oeste-BA, Movimento de Mulheres Camponesas / Neópolis-SE, Movimento de Mulheres
Trabalhadoras Rurais / Neópolis-SE, Movimento Gandarela-MG / Movimento pelas
Serras e Águas de Minas, MPA / SE e Vale do São Francisco-MG, MPP Januária-MG e
Pedras de Maria da Cruz-MG, MST Pirapora-MG, MTC Brasil, PA Rio Branco /
Riachão das Neves – BA, Pastoral da Juventude / Sento-Sé-BA, Pescadores do
Baixio de Irecê-BA, Povoado São João / Itaguaçú-BA, Povoado Poço Grande /
Itaguaçú-BA, Povo Pankará PE, Povo Kariri-Xocó SE, Revitalização do Rio Serra
Branca / Porteirinha-MG, Rizicultores de Sergipe, Secretaria de Educação / Bom
Jesus da Lapa-BA, Secretaria de Educação / Juazeiro-BA, STR Porteirinha-MG, STR
Cotegipe-BA.
PASTORAIS DO CAMPO DO NORDESTE SE ENCONTRAM, DIALOGAM E CONVOCAM
“Quero uma Igreja solidária,
servidora e missionária,que anuncia e saiba ouvir.
Ao lutar por dignidade,
por justiça e igualdade, pois eu vim para servir.
(cf. Mt 10, 45)
Representantes
das Pastorais do Campo do Nordeste (Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Conselho
Pastoral dos Pescadores – CPP, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Pastoral da Juventude
Rural - PJR, Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM e Caritas) encontraram-se
fraternalmente nos dias 25 e 26 de maio 2015, no Recanto do Pescador, em
Olinda-PE, espaço de formação popular e articulação das lutas dos pescadores e
pescadoras, que o CPP colocou à disposição. Além do encontro de amigos(as) e
companheiros(as) ser sempre enriquecedor, o intuito principal foi aprofundarmos
o momento conjuntural de nossa realidade, cujos dias, meses e anos “fazem
pensar”. Nosso horizonte é cotidianamente
povoado pelas tribulações e esperanças dos povos indígenas e quilombolas, camponeses
com suas múltiplas facetas, comunidades tradicionais pesqueiras, homens e
mulheres da migração forçada, juventudes rurais, do meio popular e das
periferias urbanas.
Compartilhamos
nossas experiências, metodologias e desafios. Recobramos de nós mesmos vontade
firme para renovarmos nossa opção: assumir, junto com os protagonistas, ao redor
das terras, territórios e águas de nosso Nordeste, perspectivas conjuntas de
colaboração e atuação mais eficazes. Apesar de vivermos uma realidade que se
apresenta, cada vez mais, “diversa e
adversa”, fomos unânimes em assumir que uma das dimensões que configura nosso
ser e nos caracteriza chama-se: “pastoralidade”, com as ressonâncias bíblicas e históricas que esta palavra evoca.
Nosso filtro de leitura, portanto, nos apontou algumas
focalizações que, sinteticamente aqui elencamos como atitudes e opções de
“trabalho pastoral”:
·
repudiamos a
violência e expulsão de povos e
comunidades tradicionais e camponeses de suas terras e territórios. Nestes últimos anos, de forma mais acelerada,
uniram-se aos interesses vorazes do capital o Estado nos três níveis, federal, estadual e municipal. Capital e Estado,
portanto, são promotores da expropriação e violência a serviço de seus
interesses economicistas;
·
condenamos a privatização e mercantilização da natureza,
de suas dádivas básicas e comuns como a
terra, água e a biodiversidade;
·
denunciamos, com a
veemência que nos vem da ética que cultivamos e de nossa história, a forma premeditada
e perversa com que executivo, congresso e judiciário, têm violado e produzido retrocessos em direitos adquiridos, conquistados e consolidados pelas lutas dos
povos ao longo de nossa história, que tiveram uma etapa positiva na
Constituição Federal de 1988;
·
jamais aceitaremos e
deixaremos de denunciar o extermínio
das juventudes, em especial a negra e empobrecida. Este crime instalado
no Brasil inteiro é promovido com uma violência institucionalizada, que nos envergonha
como humanos;
·
Completa o nosso
grito o repúdio ao preconceito e à falta de incentivo para com as juventudes
rurais e das periferias e todas as
formas de violência contra as mulheres.
Como cristãos e cristãs, no horizonte ecumênico,
aberto e acolhedor para todas as denominações eclesiais e religiosas, no sentimos
enraizados nesta dimensão, chamada pastoralidade,
desde o Concílio Ecumênico Vaticano II, concluído em 1965. Nestes 50 anos, o
Espirito Santo de Deus aponta para que as Igrejas sejam cada vez mais, sobretudo
no nosso Nordeste do Brasil, populares, encarnadas nas experiências múltiplas
das CEBs, vivendo espiritualidades e teologias libertadoras, a própria missão
que Jesus assumiu e as primeiras comunidades assumiram (cf. Lc 4,18 e At 3,1-9).
Partilhamos assim os apelos do Espirito para:
·
Retomar o trabalho
de base e nas bases das Igrejas e da sociedade;
·
reorganizar pequenos
grupos, núcleos, comunidades, conselhos locais que sintam a força do Espirito
de Deus para agir de modo autônomo e interconectado;
·
incentivar o hábito
de rodízio periódico de cargos e tarefas ligadas aos ministérios de coordenação,
como método “revolucionário e alternativo
ao sistema” de renovação e radicalização da democracia. Estas palavras, para
nós, são sempre uma exigência explicita e inseparável do chamado à comunhão;
·
favorecer a
autogestão e auto sustentabilidade como exercício da autonomia e soberania dos
povos, comunidades e movimentos.
Sentimos, nessa busca, o sopro
do Espírito também quando nos impele a reavivar o nosso compromisso com a
radicalização da democracia. Daí a importância também de promover mobilizações
populares como forma de expressar a indignação diante do atual modelo
hegemônico de desenvolvimento: violento, concentrador e excludente. Assumimos o
compromisso de participação efetiva nos rumos do país, reconhecendo que,
historicamente, os direitos garantidos que temos só foram possíveis pela
organização e mobilização de toda sociedade.
Afirmamos a importância
das mais diversas experiências locais para que sejam adequadas ao modo de vida
dos nossos povos, à produção nos diferentes ecossistemas e biomas; a partir de
perspectivas de convivência e sustentabilidade, em vista da vida com dignidade
das atuais e futuras gerações. Sentimos como urgente aprofundar e apontar
caminhos para um novo modo de produção, um novo modo de consumo e gestão da
sociedade.
Neste quadro
convocatório, sentimo-nos encorajados para fazer memória e reafirmarmos, como enraizados
num sulco fecundo, os encaminhamentos
do Encontro Nordeste da 5ª Semana Social (4-6 de abril de 2014). Com
força crítica e aceitando a riqueza da diversidade, este momento unificou a
inspiração do Espírito de Javé e a lucidez do discernimento humano diante dos
desafios do hoje. A articulação de movimentos e pastorais populares, do campo e
urbanos, continua nos apontando uma outra perspectiva para o Nordeste, a partir
do próprio povo.
Nesta hora, tribulada e
esperançosa, sopra também, em nossas vidas, o Espirito com que os posicionamentos
de papa Francisco confirmam nossa fé e nossa ousadia evangélicas. Fé e ousadia
poderão proporcionar eficácia ao sopro unificador da vida dos povos indígenas, quilombolas, camponeses
e camponesas, ribeirinhos e ribeirinhas, pescadores e pescadoras. E através
deles a toda a humanidade e ao nosso “planeta
doente”.
Este sopro vem dar novo
vigor à rica tradição
cultural de fé, esperança e solidariedade amorosa da Terra sem Males, do Bem
Viver e do Axé que a riqueza de nossas tradições históricas e culturais
populares nos deixaram em preciosa herança e que nós assumimos ao gritarmos com
lúcida vibração: Amém, Axé, Awêre, Aleluia!
OS/AS
REPRESENTANTES DAS PASTORAIS DO CAMPO
DO
NORDESTE DO BRASIL
Olinda –
PE, 25-26 de maio de 2015
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