Não
à destruição da Previdência Social!
Nós, membros da Rede
Jubileu Sul, lideranças de movimentos e pastorais sociais, organizações,
coletivos e entidades de mais de 15 estados e cinco países da América Latina,
reunidos durante o Seminário “Desmonte da Previdência Social no Brasil: a quem
interessa?”, de 27 a 29 de maio, em Brasília (DF), manifestamos nossa
preocupação diante da devastação que acometerá à sociedade brasileira caso a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, apresentada pelo governo federal,
seja aprovada.
A DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
da matéria previdenciária prevista pela PEC expõe o desejo desse governo,
despreparado, a serviço e manipulado pelo mercado financeiro, de fazer do
Brasil um experimento neoliberal, que poderá devastar a vida de homens e
mulheres, especialmente a vida dos mais pobres das periferias e do campo. A
vida das mulheres, em especial das mulheres negras, que estão na base da
informalidade ou do mercado de trabalho, são as que mais sofrerão com essas
mudanças que exigirão maior tempo de contribuição sem considerar os cuidados
domésticos e maternos que são imprescindíveis na sociedade. As trabalhadoras e
trabalhadores rurais, indígenas, extrativistas, pescadores, quilombolas e
outras comunidades tradicionais serão, caso seja aprovado esse desmonte,
explorados em sua dignidade e identidade cultural.
A aplicação do sistema de
capitalização, além de liquidar o princípio de solidariedade, base da
seguridade social brasileira, ampliará a exploração da trabalhadora e do trabalhador
que colocará nas mãos dos bancos e instituições financeiras o pouco daquilo que
conseguir poupar ao longo de sua vida laboral, se conseguir, tendo em vista o
alto grau de informalidade presente no país. O trabalhador e a trabalhadora,
terá, ainda, de conviver com os riscos inerentes ao sistema financeiro.
A experiência de capitalização no Chile
desnuda resultados de empobrecimento e adoecimento emocional de sua população
mais pobre e devem nos servir de alerta. Considerando os dados oficiais do
Chile, metade daqueles que se aposentaram no atual sistema de capitalização
individual, não conseguiram financiar uma pensão superior a 20% de sua última
renda.
Estamos convictas e convictos de que essa
contrarreforma impactará, negativamente, na economia da grande maioria dos
municípios brasileiros que são dinamizados pela aposentadoria e pelos
Benefícios de Prestação Continuada (BPC). Alertamos também que tais
consequências em nossos municípios serão lembradas em momento eleitoral e
estaremos atentos e atentas ao seu apoio à nossa luta ou à conivência criminosa
diante desta proposta que deixará marcas irreparáveis à sociedade brasileira do
presente e das futuras gerações.
Por isto conclamamos que
todas/os parlamentares se posicionem votando NÃO à PEC 06/2019.
Brasília, 29 de maio de 2019
Associação
de Favelas de São José dos Campos
Cáritas
Brasileira
Coletivo
de Educação Popular Margarida Alves
Comissão
Pastoral da Terra
Conselho
Nacional do Laicato
Conselho
Pastoral dos Pescadores
Fórum
de Mudanças Climáticas e Justiça Social
Frente
Social Ambiental Ampla
Grito
dos Excluídos Continental
Grito
dos Excluídos Nacional
Instituto
PACS
Instituto
Panamericano de Meio ambiente e Sustentabilidade (IPAN)
MMC
Movimento
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo – MTC
Pastorais
Sociais/CNBB
Pastoral
Operária Nacional
Rede
feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos / MG
Rede
Jubileu Sul Américas
Rede
Jubileu Sul Brasil
Serviço
Pastoral DoS Migrante
s
Sinasefe – CE; ES; MG; PA;
Sindicato
dos metroviários do RS
Sindicato
dos trabalhadores da Seguridade Social em Alagoas
Sitraemg
SMPTDF
Texto na integra: jubileusul.org.br
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